Seis dias após o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados votar pela cassação do mandato de um parlamentar, ele segue em greve de fome no plenário da Casa em protesto. Aliados afirmam que a decisão, motivada por um caso de agressão física, é incomum, já que apenas 3% dos processos no colegiado resultam em perda de mandato — a maioria envolvendo corrupção ou crimes mais graves. A esposa do deputado, também parlamentar, relatou que ele já apresenta sinais de fraqueza, mas mantém a resistência.
Ministros do governo e líderes partidários visitaram o parlamentar em solidariedade, oferecendo apoio para buscar alternativas políticas ou jurídicas. Entre as possibilidades estão recursos na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ou no Plenário da Câmara, além de eventual ação no Supremo Tribunal Federal (STF). Críticos do processo apontam suposta arbitrariedade e comparam o caso a outros, como o de um deputado acusado de homicídio, cujo processo aguarda votação há meses.
A situação gera tensão na Câmara, onde aliados do parlamentar acreditam que a mesa diretora pode priorizar seu caso, criando um precedente questionável. Com sessões presenciais suspensas nesta semana, a estratégia de manter o protesto no plenário busca pressionar por uma solução política. Enquanto isso, a decisão do Conselho de Ética continua sob debate, com discussões sobre proporcionalidade e possíveis motivações políticas por trás da condenação.