Duas deputadas federais brasileiras relataram dificuldades ao renovar seus vistos para os Estados Unidos, onde foram identificadas com o gênero masculino nos documentos, apesar de terem registros oficiais no Brasil que as reconhecem como mulheres. Uma delas afirmou que a justificativa recebida foi o fato de sua identidade trans ser de conhecimento público no país. A situação foi classificada como uma violação de direitos humanos e uma afronta à soberania brasileira, já que os documentos nacionais não foram respeitados.
A parlamentar que buscava renovar o visto para participar de um curso em Harvard destacou que todos os seus registros no Brasil são femininos e questionou a autoridade dos EUA para contestá-los. Ela espera um posicionamento firme do Itamaraty sobre o caso. Outra deputada, que também passou por situação semelhante, decidiu cancelar sua viagem aos EUA e planeja acionar a ONU contra o governo norte-americano.
As mudanças nas políticas de reconhecimento de gênero implementadas durante o governo Trump nos EUA limitam a identificação a apenas “masculino” ou “feminino”, excluindo opções não binárias. O episódio reacendeu o debate sobre transfobia e a necessidade de respeito à identidade de gênero em âmbito internacional.