Congressistas brasileiras se manifestaram contra a emissão de vistos pelos Estados Unidos que atribuíram o gênero masculino a duas deputadas trans, desrespeitando suas identidades legalmente reconhecidas no Brasil. As parlamentares classificaram o ato como transfobia institucional e um desrespeito à soberania nacional, já que seus documentos oficiais, incluindo certidões de nascimento e passaportes, confirmam o gênero feminino. A situação ocorreu após um decreto do governo norte-americano, em janeiro de 2025, que passou a reconhecer apenas os gêneros masculino e feminino, ignorando identidades transgênero.
Uma das deputadas afetadas cancelou sua participação em um evento em Harvard após receber o visto incorreto, destacando que, em 2023, a mesma embaixada havia respeitado sua identidade de gênero. Parlamentares de diferentes partidos expressaram solidariedade, criticando a postura do governo dos EUA e afirmando que o caso reflete um projeto político que promove discriminação e ódio. Uma delas anunciou que levará a denúncia à ONU, acusando o governo norte-americano de violar direitos humanos básicos.
O episódio reacendeu o debate sobre transfobia e a importância do reconhecimento internacional de identidades de gênero. As deputadas envolvidas reforçaram que não se calarão diante de medidas discriminatórias, defendendo a dignidade de pessoas trans em âmbito global. O caso também levantou questões sobre a relação diplomática entre os dois países, com críticas à imposição de políticas que desconsideram a legislação brasileira.