A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), uma das primeiras transexuais eleitas para a Câmara, afirmou que seu visto diplomático para os Estados Unidos a identificou com o gênero masculino. Ela havia sido convidada para palestrar em eventos na Universidade de Harvard e no MIT, mas decidiu cancelar a viagem após o ocorrido. Em suas redes sociais, a parlamentar mencionou que casos semelhantes vêm ocorrendo com outras pessoas trans nos EUA nas últimas semanas.
O episódio é associado à ordem executiva assinada pelo presidente dos EUA em janeiro, que reconhece apenas os gêneros masculino e feminino. A deputada criticou a postura do governo americano, afirmando que a alteração de documentos oficiais contraria o Estado Democrático de Direito. “O que me preocupa é um país ignorar documentos oficiais sobre a existência de seus cidadãos”, disse.
Erika Hilton foi eleita em 2022 e é uma das vozes mais ativas em defesa dos direitos LGBTQIA+ no Congresso. O caso reacendeu o debate sobre políticas de gênero e o impacto de medidas restritivas em âmbito internacional. A embaixada dos EUA ainda não se pronunciou sobre o ocorrido.