Uma deputada federal brasileira teve sua identidade de gênero feminina desrespeitada durante a emissão de visto diplomático para participar de uma conferência acadêmica nos Estados Unidos. Documentos oficiais, incluindo seu passaporte e certidão de nascimento retificada, atestam seu gênero, mas a embaixada norte-americana em Brasília registrou-a como masculina. A parlamentar classificou o ato como transfobia de estado e destacou que a medida reflete políticas recentes do governo americano, que não reconhecem pessoas trans.
A deputada integrava uma missão oficial autorizada pela Câmara dos Deputados e desistiu da viagem após o ocorrido. Ela solicitou uma reunião com o Itamaraty e avalia ações jurídicas internacionais. Em 2023, o visto havia sido emitido corretamente, mas a mudança ocorreu após um decreto presidencial dos EUA em 2025, que limita o reconhecimento de gênero ao sexo biológico de nascimento.
A embaixada americana afirmou, em nota, que os registros de visto são confidenciais e que segue a política de reconhecer apenas dois sexos, masculino e feminino, considerados imutáveis. O caso levantou discussões sobre soberania diplomática e direitos humanos, com críticas à postura do governo dos EUA, acusada de desrespeitar documentos oficiais brasileiros.