Uma parlamentar indígena encaminhou ofícios aos ministérios da Justiça e Segurança Pública e dos Povos Indígenas após ser alvo de violência policial durante a marcha do Acampamento Terra Livre em Brasília. Ela relatou ter sido atingida por spray de pimenta e bombas de efeito moral, além de ter sido impedida de acessar a Câmara dos Deputados, mesmo se identificando como parlamentar. A deputada pede apuração dos fatos, responsabilização dos envolvidos e liberação das imagens de segurança do Congresso para investigação.
O protesto, que reuniu mais de 6 mil indígenas, foi marcado por truculência policial, com relatos de ferimentos em mulheres e crianças. A parlamentar também denunciou omissão de órgãos como o Detran-DF e o Corpo de Bombeiros, que se recusaram a prestar socorro imediato. Além disso, ela destacou discursos racistas e de incitação à violência em reuniões prévias da Secretaria de Segurança Pública do DF, indicando possível premeditação na repressão.
A deputada acionou ainda o Ministério das Mulheres, o Ministério da Igualdade Racial e o Conselho Nacional dos Direitos Humanos, alegando violência política de gênero, racial e institucional. Ela afirmou que a agressão reflete racismo, machismo e colonialismo, destacando os desafios enfrentados por mulheres indígenas em espaços de poder. Um procedimento de apuração foi solicitado ao CNDH, classificando os fatos como um ataque à democracia e ao exercício do mandato parlamentar.