Uma parlamentar brasileira decidiu acionar a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) após receber um visto dos Estados Unidos que não respeitou sua identidade de gênero. Ela havia solicitado o documento para participar de um evento acadêmico, mas desistiu da viagem devido ao ocorrido. Em suas redes sociais, a deputada afirmou que seus documentos oficiais, incluindo a certidão de nascimento, já refletem seu gênero feminino, mas a embaixada norte-americana ignorou essas informações.
A embaixada dos EUA justificou a ação citando uma ordem executiva que reconhece apenas dois sexos, masculino e feminino, considerados imutáveis desde o nascimento. A parlamentar classificou a prática como “transfobia de Estado” e destacou que um visto anterior, emitido em 2023, estava de acordo com sua identidade. Ela também criticou a suspensão da emissão de passaportes com a marcação de gênero X para pessoas não-binárias, medida que havia sido aprovada no governo anterior.
A deputada afirmou que buscará medidas legais para contestar a política norte-americana, ressaltando que seus direitos são garantidos pela legislação brasileira. O caso reacende o debate sobre as restrições impostas pelo governo dos EUA aos direitos da população transgênero, incluindo a designação de gênero em documentos oficiais e acesso a serviços públicos.