As deportações de brasileiros indocumentados nos Estados Unidos continuam ocorrendo de forma cruel e degradante, mesmo fora dos holofotes da mídia. Muitos são detidos em fronteiras, separados de suas famílias e deportados em voos fretados, enquanto outros são enviados para centros de detenção em países como El Salvador. A situação é agravada pela indiferença de parte da comunidade brasileira, que justifica as ações ou até celebra a redução da concorrência por trabalho, ignorando o sofrimento dos deportados.
A migração para os EUA é impulsionada pela falta de perspectivas no Brasil, incluindo desemprego, insegurança e subemprego de profissionais qualificados. Os imigrantes, no entanto, desempenham um papel vital na economia americana, suprindo a escassez de mão de obra em setores como construção civil e serviços. Apesar disso, o governo atual elegeu os imigrantes como bodes expiatórios, alimentando um discurso xenofóbico que ignora sua contribuição e viola acordos internacionais sobre dignidade humana.
Com 230 mil brasileiros indocumentados nos EUA e 39 mil sob risco iminente de expulsão—incluindo 7 mil menores—a crise tende a se aprofundar, gerando instabilidade social e política. A espetacularização das deportações e a humilhação pública dos imigrantes refletem um cenário de intolerância, que contrasta com a histórica dependência dos EUA da força de trabalho estrangeira.