Em São Paulo, debates simultâneos sobre a revisão de tombamentos de bens históricos e culturais evidenciam a tensão entre preservação e expansão imobiliária. Enquanto o Conpresp avalia destombar vilas operárias na zona leste, uma audiência pública discute a área envoltória do centro histórico da Penha, onde restrições de altura limitam a verticalização. Órgãos estaduais e federais, como Condephaat e Iphan, também revisam proteções, como no caso do Ibirapuera e dos Jardins, refletindo conflitos entre desenvolvimento e conservação.
A degradação de áreas históricas, como na Penha, contrasta com a verticalização acelerada em bairros como o Tatuapé, levantando questões sobre o planejamento urbano. Especialistas apontam falhas no Plano Diretor de 2014, que prioriza coeficientes de aproveitamento ligados ao mercado imobiliário em detrimento da qualidade urbana. Propostas como planos de bairro e incentivos à restauração são defendidas como alternativas, mas ainda não saíram do papel.
Enquanto proprietários reclamam da falta de políticas compensatórias, o município defende instrumentos como a Transferência do Direito de Construir (TDC) para viabilizar restauros. Críticos, porém, argumentam que o mecanismo é insuficiente para pequenos proprietários e não se aplica a áreas envoltórias. Com a revisão do Plano Diretor prevista para 2029, a discussão sobre equilíbrio entre crescimento e preservação ganha urgência, destacando a necessidade de soluções que considerem as particularidades de cada região.