O Congresso Nacional ainda não pautou a votação de um projeto que suspenderia a exigência de vistos para turistas dos EUA, Canadá e Austrália, reinstituída pelo governo Lula após ter sido revogada por Bolsonaro em 2019. Líderes partidários afirmam que o tema não está em discussão no momento, com a Câmara focada em outras prioridades, como a anistia aos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro. Enquanto isso, a obrigatoriedade do visto, adiada três vezes desde 2023, deve voltar a vigorar a partir de 10 de abril.
Governistas defendem a medida como uma questão de reciprocidade diplomática, argumentando que países como os EUA também exigem vistos de brasileiros. Eles criticam a possibilidade de derrubar a regra em meio a tensões comerciais, como as tarifas impostas por Trump, classificando a flexibilização como um “ato de submissão”. Por outro lado, a oposição alega que a isenção de vistos beneficia o turismo, citando o aumento no número de visitantes estrangeiros em 2024.
O Senado já aprovou um projeto para suspender o decreto de Lula, mas a proposta ainda aguarda análise da Câmara, onde sequer teve relator designado. Enquanto alguns deputados tentam acelerar a votação, outros admitem que a discussão está em segundo plano. O impasse reflete a divergência entre as bases governista e oposicionista, com o governo defendendo a reciprocidade e críticos destacando os impactos econômicos da medida.