Em audiência pública realizada nesta quarta-feira (23) na Câmara dos Deputados, debatedores e parlamentares analisaram os efeitos do modelo de negócio do iFood, líder no mercado brasileiro de entregas de refeições. Representantes da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) criticaram as taxas cobradas pela plataforma, alegando que elevam os custos dos estabelecimentos e prejudicam os consumidores. O presidente da Abrasel, Paulo Solmucci Jr., afirmou que a dominância do iFood durante a pandemia criou uma dependência difícil para o setor, que hoje enfrenta alto endividamento.
Em resposta, o diretor do iFood, Felipe Crull, defendeu a atuação da empresa, destacando que a plataforma expandiu o mercado e oferece ferramentas que beneficiam os parceiros. Crull ressaltou que apenas 40% dos restaurantes usam todos os serviços da plataforma, enquanto 60% dos clientes têm acesso a entregas de concorrentes. A discussão também envolveu a flexibilização do uso de vale-alimentação e vale-refeição no aplicativo, com a plataforma defendendo mudanças na legislação para ampliar o acesso a esses benefícios.
O debate revelou divergências entre os parlamentares, com alguns apoiando as críticas da Abrasel e outros defendendo o livre mercado. A audiência, proposta pelo deputado Aureo Ribeiro, contou com a participação de diversas entidades, incluindo associações de defesa do consumidor e representantes do setor de pagamentos. O tema segue em discussão, com possíveis desdobramentos regulatórios no futuro.