Uma audiência na Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados reuniu governo, oposição e representantes de entregadores por aplicativos para discutir a regulamentação da categoria. O secretário nacional de economia popular e solidária anunciou uma nova mesa de negociação para elaborar um projeto de lei que garanta direitos como autonomia com proteção social, transparência nos cálculos de pagamento e preço mínimo por entrega. Parlamentares de diferentes partidos demonstraram apoio unânime à causa, sinalizando avanços no diálogo entre esquerda e direita.
Entre as principais exigências dos trabalhadores estão um valor mínimo de R$ 10 por corrida de até 4 km, R$ 2,50 por quilômetro adicional e condições mais justas para entregas agrupadas. Representantes da categoria destacaram o domínio do iFood no mercado, responsabilizando a empresa por influenciar os valores praticados pelas demais plataformas. Em resposta, o diretor de impacto social do iFood prometeu um reajuste ainda no primeiro semestre de 2025, reforçando que a empresa tem feito aumentos nos ganhos dos entregadores desde 2022.
Além das questões financeiras, a audiência trouxe à tona relatos sobre a precarização do trabalho, incluindo falta de transparência nas gorjetas, redução de seguros e ausência de locais de apoio. Mulheres entregadoras denunciaram assédio e dificuldades em conciliar a jornada com necessidades básicas, como ir ao banheiro ou buscar filhos na escola. A discussão destacou a urgência de regulamentação para combater abusos e garantir condições dignas aos trabalhadores.