Um levantamento mostra que os mandados de prisão por estupro de vulnerável no Brasil levam, em média, quase quatro anos para serem cumpridos. O país tem mais de 5,6 mil ordens de prisão em aberto para esse crime, sendo que quase metade já são condenações definitivas. Especialistas apontam que a demora ocorre por falhas na priorização desses casos, como a desconfiança na palavra das vítimas e a falta de inclusão dos mandados em bancos de dados nacionais, dificultando a localização dos acusados.
O impacto na vida das vítimas é grave, com muitas continuando a conviver com os agressores mesmo após a denúncia. Dados mostram que a maioria dos crimes é cometida por familiares ou conhecidos, prolongando o trauma. Além disso, a falta de investimento em tecnologia e capacitação das polícias contribui para a lentidão no cumprimento das ordens judiciais, conforme reconhecido por autoridades.
Apesar da existência de uma lei que prevê um cadastro nacional de estupradores, a ferramenta ainda não foi implementada, deixando uma lacuna na fiscalização. Enquanto isso, casos recentes demonstram que a exposição pública pode acelerar a prisão de foragidos, mas a solução definitiva depende de melhorias estruturais no sistema de justiça e segurança.