O desmatamento na Amazônia Legal aumentou 17,8% entre agosto de 2024 e março de 2025, segundo o monitoramento do Imazon. No mesmo período, a degradação florestal — danos parciais causados por queimadas e extração de madeira — subiu 329%, atingindo um recorde histórico de 34.013 km². Os números representam uma reversão na tendência de queda observada nos últimos três anos, com março de 2025 registrando 167 km² de área desmatada, um aumento de 35% em relação ao mesmo mês de 2024.
A degradação florestal foi impulsionada principalmente por incêndios em setembro e outubro de 2024, que contribuíram para o pior índice da série histórica, iniciada em 2008. No entanto, em março de 2025, houve uma redução de 90% na degradação em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Pesquisadores alertam que a janela de chuvas na região pode ser uma oportunidade para reverter o cenário, já que os danos são menos intensos nesse período.
O Imazon utiliza satélites da NASA e da Agência Espacial Europeia para monitorar áreas a partir de 1 hectare, com imagens atualizadas a cada 5 a 8 dias. O sistema, chamado SAD, prioriza análises no final de cada mês para evitar dupla contagem entre degradação e desmatamento. Assim como o Deter, do Inpe, o SAD serve como alerta, mas não é considerado dado oficial. A precisão dos satélites permite detectar mudanças sutis, reforçando a urgência de ações para conter a devastação.