O Palácio do Congresso Nacional completa 65 anos em 21 de abril, data que coincide com o aniversário de Brasília e a transferência do Poder Legislativo do Rio de Janeiro para a nova capital. Projetado por Oscar Niemeyer, o edifício é um marco do modernismo, com suas cúpulas icônicas — a do Senado voltada para baixo e a da Câmara para cima —, que simbolizam a dualidade e a integração das duas casas legislativas. Niemeyer, que considerava o Congresso sua obra favorita, destacou a harmonia entre técnica e arquitetura, enquanto pesquisadores ressaltam o ineditismo da cúpula invertida, uma inovação revolucionária nos anos 1960.
Além da arquitetura, o Palácio abriga um acervo de obras de arte e mobiliário modernista, integrados ao projeto para reforçar seu caráter palaciano. Artistas como Athos Bulcão, Burle Marx e Di Cavalcanti contribuíram com painéis, jardins e esculturas, enquanto móveis desenhados por Niemeyer e sua filha, Ana Maria, complementam os espaços internos. Maurício Matta, especialista na história do edifício, destaca o Salão Verde como um ponto central, comparável a uma praça, onde obras de arte e design se fundem para criar um ambiente de circulação e encontro.
Tombada como Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO em 1987, Brasília — e o Congresso Nacional em particular — representa um legado arquitetônico e artístico de relevância global. Para celebrar o aniversário, visitas guiadas especiais serão realizadas, incluindo um roteiro inédito que permite acesso às cúpulas, reforçando a importância de preservar esse símbolo da modernidade brasileira.