A nona edição da cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) reúne líderes de 33 países em Honduras para debater temas como integração regional, segurança alimentar e mudanças climáticas. O encontro ocorre em um contexto marcado pelas políticas migratórias mais rígidas e pelas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos, que afetam diretamente nações da região. O Brasil, representado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, defende a criação de um fundo para adaptação a desastres naturais e busca consenso sobre uma resposta conjunta às medidas comerciais norte-americanas, embora divergências ideológicas e estratégias individuais dificultem uma posição unificada.
Outro tema em pauta é a sucessão do secretário-geral da ONU, cujo mandato termina em 2026. O Brasil propõe que a América Latina e o Caribe indiquem uma candidata mulher para o cargo, destacando nomes como Michelle Bachelet, Mia Mottley e Rebeca Grynspan. A região nunca ocupou a posição desde a fundação da organização, e o governo brasileiro argumenta que, seguindo o rodízio regional, seria a vez de um representante latino-americano assumir o posto.
A cúpula também serve como espaço para a transição do comando rotativo da Celac, passando de Honduras para a Colômbia. Enquanto isso, os líderes buscam fortalecer a cooperação em meio a desafios geopolíticos e econômicos, incluindo a guerra comercial entre EUA e China, que impacta indiretamente as economias locais. O encontro reflete a busca por maior autonomia e diálogo frente a um cenário internacional cada vez mais fragmentado.