O Cruzeiro encerrou o ano fiscal de 2024 com um déficit de R$ 170 milhões, segundo balanço divulgado nesta quarta-feira. O valor poderia ter sido cerca de R$ 100 milhões maior não fosse a contabilização de R$ 96,4 milhões como crédito a receber da Liga Forte União (LFU). Apesar do resultado negativo, o clube registrou crescimento significativo nas receitas, que saltaram de R$ 226 milhões em 2023 para R$ 308 milhões em 2024, impulsionadas por direitos de transmissão, bilheteria e patrocínios. No entanto, os custos operacionais, especialmente com o futebol profissional, mais que dobraram, chegando a R$ 200 milhões, o que impediu um resultado positivo.
A dívida total do clube atingiu R$ 1,2 bilhão, sendo R$ 975 milhões em obrigações de longo prazo. Por outro lado, os ativos de curto prazo foram estimados em R$ 336 milhões. A diretoria destacou que parte do endividamento está vinculada a investimentos estruturais e ao futebol, principal ativo da SAF. Entre os destaques de receita, o programa de sócio-torcedor arrecadou R$ 32,4 milhões, enquanto a bilheteria cresceu quase 80%, alcançando R$ 51 milhões. Patrocínios e repasses da FIFA também tiveram avanços, somando R$ 57,8 milhões e R$ 11 milhões, respectivamente.
A gestão atual reconhece o déficit, mas avalia que houve progresso na profissionalização da estrutura e no fortalecimento da marca. O clube também destacou o repasse de R$ 37,5 milhões no processo de recuperação judicial, valor superior aos R$ 16,4 milhões de 2023. Para 2025, a expectativa é manter o crescimento das receitas e buscar maior equilíbrio financeiro, com foco nas competições internacionais. A diretoria acredita que as medidas adotadas criaram bases sólidas para um futuro sustentável.