Palestinos inspecionam os danos causados por bombardeios noturnos no norte da Faixa de Gaza, enquanto Israel mantém o bloqueio à entrada de ajuda humanitária desde março. O Ministério da Defesa israelense justifica a medida como forma de pressionar o Hamas, acusado de desviar recursos, alegação negada pelo grupo. A ONU alerta que a situação no território, onde 2,4 milhões de pessoas enfrentam escassez de alimentos, água e medicamentos, pode ser a pior desde o início do conflito em outubro de 2023. A Corte Internacional de Justiça deve analisar as obrigações humanitárias de Israel em audiências a partir de 28 de abril.
Organizações humanitárias descrevem Gaza como uma “vala comum”, com centenas de milhares de deslocados após a retomada dos ataques em março. O Ministério da Saúde local relata mais de 51 mil mortes desde o início da guerra, incluindo 1.652 apenas no último mês. Bombardeios recentes deixaram 11 mortos, entre eles mulheres e crianças, segundo a Defesa Civil Palestina. Moradores, como Suhair, que perdeu a irmã, questionam o custo humano do conflito, especialmente para civis inocentes.
Enquanto isso, negociações por um cessar-fogo permanecem estagnadas. Uma proposta temporária, mediada pelo Egito, inclui a troca de reféns por prisioneiros palestinos e a abertura de corredores humanitários, mas Israel ainda não se pronunciou oficialmente. O Hamas, que governa Gaza desde 2007, avalia os termos, enquanto a população local enfrenta condições cada vez mais desesperadoras.