Os esforços de imunização enfrentam crescentes desafios devido à desinformação, crises humanitárias e cortes de financiamento, alertam a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Unicef e a Gavi. Doenças preveníveis por vacinas, como sarampo, meningite e febre amarela, estão ressurgindo em surtos globais, enquanto avanços históricos na redução da mortalidade infantil correm risco de retrocesso. As agências destacam a necessidade urgente de investimentos e atenção política para fortalecer programas de imunização e proteger conquistas das últimas cinco décadas.
O sarampo, em particular, tem se espalhado rapidamente, com mais de 10 milhões de casos em 2023 – um aumento de 20% em relação a 2022. A OMS alerta que a tendência de crescimento deve continuar em 2024 e 2025, com 138 países relatando casos nos últimos 12 meses. Além disso, a meningite e a febre amarela também registram surtos preocupantes, especialmente na África e nas Américas, incluindo o Brasil, onde casos foram confirmados este ano.
Cortes no financiamento global agravam a situação, com quase metade dos escritórios da OMS em países de baixa e média renda enfrentando interrupções em campanhas de vacinação. Estima-se que 14,5 milhões de crianças ficaram sem imunização completa em 2023, muitas delas em regiões afetadas por conflitos e instabilidade. A diretora executiva do Unicef alerta que os retrocessos ameaçam décadas de progresso, colocando vidas e economias em risco.