A equipe econômica do governo brasileiro tem monitorado de perto os desdobramentos da crise global decorrente da guerra comercial, mantendo diálogo constante com outros países. Caso se confirme uma recessão mundial, a expectativa é que a pressão inflacionária no Brasil diminua significativamente. No entanto, no curto prazo, o dólar em alta e os produtos importados mais caros devem impactar os preços internos. O cenário mais provável para os próximos meses inclui uma recessão global e o agravamento da disputa entre Estados Unidos e China, com efeitos negativos sobre o PIB de grandes economias.
O Brasil, porém, enxerga oportunidades nesse contexto. Com uma balança comercial diversificada e um mercado interno robusto, o país busca se posicionar como um ator mais relevante no comércio internacional. Representantes de nações como União Europeia, Canadá e Arábia Saudita já demonstraram interesse em ampliar negócios com o Brasil. Há otimismo quanto à conclusão do acordo entre Mercosul e União Europeia, impulsionado pela necessidade europeia de alternativas diante da postura protecionista dos EUA.
Enquanto isso, o governo brasileiro adota uma postura cautelosa, priorizando negociações específicas, como as taxas sobre aço e alumínio, e deixando em segundo plano a tarifa linear de 10% sobre exportações para os EUA. Apesar dos desafios globais, a possibilidade de recessão no Brasil é considerada remota, com indicadores positivos de emprego e renda sustentando a economia doméstica.