Um levantamento da Aliança Bike revelou que o Rio de Janeiro expandiu apenas 1,9% sua malha cicloviária entre 2023 e 2024, alcançando 316 km de ciclovias e ciclofaixas. A cidade é a quarta do país em extensão absoluta, mas fica em sexto lugar no ranking proporcional, com apenas 5,1 km para cada 100 mil habitantes. A meta da prefeitura de atingir 1.000 km até 2033 parece distante, especialmente com o orçamento de 2025 prevendo menos de R$ 340 mil para novas obras, após cortes significativos em 2024.
O Plano CicloRio, lançado em 2022 com o objetivo de mapear e expandir a infraestrutura para bicicletas, ainda não saiu do papel, segundo críticos. Especialistas destacam a falta de conexões entre ciclovias e modais de transporte, além da má conservação e sinalização das vias existentes. Apesar dos avanços desde a gestão anterior, que investiu apenas R$ 5 mil em 2018, o ritmo atual de crescimento é considerado insuficiente para atender à demanda e melhorar a segurança dos ciclistas.
Enquanto capitais como São Paulo e Fortaleza lideram em extensão de ciclovias, o Rio enfrenta desafios como a desigual distribuição entre zonas da cidade e a priorização de investimentos em asfalto. Vereadores e especialistas defendem maior investimento proporcional ao uso de bicicletas, além da integração do CicloRio ao Plano Diretor, para garantir continuidade nas políticas públicas. A falta de fiscalização e educação no trânsito também é apontada como um obstáculo para a consolidação da micromobilidade na cidade.