O número de empresas de apostas online no Brasil cresceu 153% entre 2021 e 2024, saltando de 840 para 2,1 mil operadoras licenciadas, segundo dados da BigDataCorp. Essas empresas investiram cerca de R$ 12 bilhões no período, com maior concentração geográfica no Amazonas, Ceará e Maranhão. No entanto, São Paulo lidera em volume de investimentos, representando 64,22% do total. O Distrito Federal se destaca pela maior média de investimento por empresa, com R$ 16,1 milhões.
O setor movimentou até R$ 30 bilhões por mês no primeiro trimestre de 2024, conforme revelado durante a CPI das Bets no Senado. A maioria dos valores apostados retorna aos jogadores (93% a 94%), mas o Banco Central alerta para o perfil dos apostadores: 24 milhões de pessoas, predominantemente entre 20 e 30 anos, que usam o Pix como principal meio de pagamento. Enquanto jovens apostam em média R$ 100 mensais, adultos acima de 30 anos chegam a gastar mais de R$ 3 mil por mês.
Apesar do impacto econômico positivo, especialistas em saúde alertam para uma “epidemia” de vício em apostas. Pesquisas indicam que 63% dos jogadores comprometem a renda familiar, 19% deixam de comprar alimentos e 11% reduzem gastos com saúde. Além disso, 60% relatam efeitos negativos na saúde mental, como ansiedade e deterioração de relações pessoais. O debate sobre a regulamentação do setor ganha força diante dos riscos sociais e financeiros envolvidos.