A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou para baixo a previsão de crescimento do PIB brasileiro em 2025, estimando um avanço de apenas 2,3%, o menor índice em cinco anos. O relatório do primeiro trimestre aponta que a desaceleração reflete o cenário econômico menos favorável e a expectativa de aumento da taxa Selic, que deve subir 0,5 ponto percentual, chegando a 14,75% até o fim do ano. No quarto trimestre de 2024, o PIB cresceu modestos 0,2%, com a indústria registrando alta de 0,3%, enquanto o consumo das famílias caiu 1%, a primeira queda desde 2021.
A produção industrial manteve-se estável no início do ano, com crescimento de apenas 0,1% em fevereiro. Para 2025, a CNI projeta um crescimento de 2% para a indústria como um todo, com a transformação avançando 1,9%. O setor de construção civil deve desacelerar significativamente, passando de 4,3% para 2,2%, enquanto os serviços públicos terão crescimento reduzido de 3,6% para 2,5%. O setor de serviços, que teve bom desempenho em 2024 (3,7%), deve cair para 1,8% neste ano, contrastando com a agropecuária, que deve crescer 5,5% impulsionada por uma safra robusta.
Além do cenário macroeconômico, a CNI prevê que as concessões de crédito crescerão 6,5% em termos reais, uma desaceleração em relação ao aumento de 10,6% registrado em 2024. A taxa de juros real deve ficar em 9,8% ao ano, pressionando ainda mais o consumo e os investimentos. O relatório reforça os desafios para a retomada sustentável da economia brasileira nos próximos meses.