O mercado de apostas esportivas no Brasil vive um crescimento acelerado, com um aumento de 89% ao ano no volume de apostas entre 2020 e 2024, segundo estudo da consultoria Strategy&. Atualmente, 18 dos 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro têm casas de apostas como patrocinadoras master, refletindo a penetração do setor no esporte. No entanto, a facilidade de acesso, combinada com o apelo emocional dos jogos e a falta de controle financeiro, tem levado muitos brasileiros a acumularem dívidas, comprometendo orçamentos familiares.
A pesquisa do Instituto DataSenado revela que 42% dos apostadores regulares estão endividados, com contas atrasadas há mais de 90 dias, e 32% estão desempregados ou fora do mercado de trabalho, indicando que muitos veem as apostas como fonte de renda — um equívoco perigoso. Especialistas alertam que o comportamento compulsivo, impulsionado pela ilusão de ganhos fáceis, pode levar a ciclos de endividamento e conflitos familiares. Adolescentes e jovens adultos são particularmente vulneráveis, expostos à massiva publicidade e ao acesso facilitado às plataformas digitais.
Diante desse cenário, avanços na regulamentação do setor, como exigências de licenças e campanhas de conscientização, buscam aumentar a transparência e reduzir riscos. No entanto, especialistas destacam que a educação financeira é fundamental para prevenir danos. Recomenda-se estabelecer limites de gastos, evitar o uso de crédito para apostas e buscar ajuda profissional caso o hábito saia do controle. O desafio é equilibrar o crescimento do setor com a proteção dos consumidores, evitando que o entretenimento se torne um problema financeiro grave.