O avanço da inteligência artificial tem facilitado a criação e divulgação de “deep nudes” — imagens manipuladas que transformam fotos comuns em falsos nudes —, causando traumas profundos em vítimas, principalmente mulheres e adolescentes. Casos recentes envolvendo estudantes e até professoras em várias cidades brasileiras destacam a gravidade do problema, que muitas vezes leva as vítimas a abandonar redes sociais ou mudar de escola. A legislação atual já criminaliza a prática, com penas que variam de seis meses a três anos de prisão, mas projetos em tramitação no Congresso buscam aumentar as punições, especialmente quando há divulgação em massa ou envolvimento de grupos vulneráveis.
Além do impacto emocional, as vítimas enfrentam chantagens e extorsões, como relatos de criminosos que exigem pagamentos para não divulgar imagens falsas. A facilidade de acesso a aplicativos de edição, muitos deles gratuitos, amplia o risco, exigindo maior conscientização sobre os perigos do compartilhamento indiscriminado de fotos. Especialistas defendem uma abordagem multifacetada, combinando educação digital desde a infância, campanhas de prevenção e responsabilização das plataformas onde o conteúdo é divulgado.
Para combater esses crimes, recomenda-se a preservação de evidências, como prints e links, além da denúncia imediata às plataformas e autoridades. Delegacias especializadas em crimes cibernéticos são as mais indicadas para investigar, mas qualquer unidade policial pode registrar a ocorrência. Enquanto o Legislativo avança na atualização das leis, especialistas enfatizam a necessidade de agilidade nas investigações e na aplicação das penas, além de um esforço coletivo para educar sobre o uso ético da tecnologia.