Pelo menos oito pessoas, incluindo cinco crianças, morreram de cólera no Sudão do Sul após caminhar por três horas sob temperaturas de quase 40°C em busca de tratamento médico. Os óbitos ocorreram após cortes na ajuda humanitária dos EUA forçarem o fechamento de unidades de saúde apoiadas pela organização Save the Children. Segundo a entidade, sete centros fecharam completamente e 20 reduziram serviços no estado de Jonglei, deixando comunidades sem acesso adequado a cuidados.
Os cortes, que incluem a suspensão de mais de 90% dos contratos da USAID, estão entre as primeiras medidas adotadas após a mudança na política externa americana. Especialistas alertam que a redução de recursos pode levar a milhões de mortes nos próximos anos por doenças como HIV, malária e desnutrição. Além disso, serviços essenciais, como transporte de pacientes, foram interrompidos, agravando a crise humanitária no país.
O Sudão do Sul enfrenta múltiplas crises, incluindo um surto de cólera que já registrou mais de 22 mil casos e centenas de mortes desde outubro. Com mais de um terço da população deslocada por conflitos e desastres naturais, a ONU alerta para o risco de uma nova guerra civil. A Save the Children prevê reduzir seus investimentos no país de US$ 50 milhões para US$ 30 milhões em 2025, refletindo a diminuição geral do apoio internacional.