A Corte Internacional de Justiça (CIJ) deu início nesta segunda-feira (28) às audiências para avaliar as obrigações de Israel em relação ao acesso de ajuda humanitária nos territórios palestinos ocupados. O caso surge após mais de 50 dias de bloqueio total à entrada de suprimentos em Gaza e a proibição das atividades da agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA). Representantes do Estado da Palestina alegaram que as restrições violam leis internacionais e buscam anexar os territórios, enquanto milhões de civis enfrentam fome e falta de recursos essenciais.
A resolução que levou às audiências foi aprovada pela Assembleia Geral da ONU em dezembro de 2024, com amplo apoio dos países membros. Quarenta e quatro nações e quatro organizações internacionais participarão dos debates, que seguem até 2 de maio. Israel, que não reconhece a jurisdição da CIJ, acusou a ONU de perseguição e afirmou que não cumprirá decisões do tribunal, alegando que a UNRWA está infiltrada por grupos extremistas.
Enquanto isso, autoridades palestinas destacaram o papel crítico da agência da ONU na sobrevivência da população, acusando Israel de tentar eliminá-la para enfraquecer a resistência local. O governo israelense, por sua vez, condiciona a liberação de ajuda à rendição total do Hamas e à devolução de reféns. As audiências ocorrem em meio a relatos de civis desesperados por alimentos e medicamentos, enquanto suprimentos acumulam-se nas fronteiras.