A Corte Constitucional da Coreia do Sul decidiu, nesta sexta-feira (4), pelo impeachment do presidente, encerrando seu mandato após quatro meses de crise política. A decisão foi unânime entre os oito juízes, que consideraram que o decreto de lei marcial, emitido em dezembro de 2024, ultrapassou os limites constitucionais e ameaçou a democracia. Até que novas eleições sejam realizadas em 60 dias, o primeiro-ministro assumirá o cargo interinamente.
O impeachment foi motivado pela imposição da lei marcial, medida que restringiu direitos civis, fechou o parlamento e provocou caos social. O ex-presidente enfrenta acusações de insurreição, crime que pode levar à prisão perpétua, embora ele tenha defendido que a medida era apenas um aviso para resolver um impasse político. Pesquisas indicam que o líder da oposição, que perdeu a eleição de 2022 por uma margem estreita, é o favorito para assumir o cargo.
A Coreia do Sul já passou por situação semelhante em 2017, quando uma presidente foi destituída por corrupção. O sistema eleitoral do país não prevê segundo turno, permitindo que um candidato seja eleito com menos da metade dos votos. O novo presidente terá um mandato de cinco anos, sem possibilidade de reeleição, e assumirá após a confirmação dos resultados pela Comissão Nacional de Eleições.