O Corinthians fechou o ano de 2024 com um déficit contábil de R$ 182 milhões, mesmo registrando receita recorde pelo terceiro ano consecutivo, totalizando R$ 1,1 bilhão. O principal motivo foi o aumento da dívida, que subiu R$ 598 milhões, chegando a R$ 2,5 bilhões. Desse total, R$ 191 milhões são herdados de gestões anteriores, segundo o clube. A receita foi impulsionada por crescimento de 13% em fontes recorrentes, como patrocínios e bilheteria, e 35% na venda de atletas. A migração para a Liga Forte União (LFU) também contribuiu para o faturamento.
A dívida de R$ 2,5 bilhões inclui R$ 1,8 bilhão do clube e R$ 668 milhões referentes ao financiamento da Neo Química Arena. A gestão argumenta que, com um ajuste contábil de R$ 191 milhões (relacionado a impostos e processos judiciais), o aumento real da dívida seria de R$ 257 milhões, e o clube até apresentaria um superávit de R$ 9,5 milhões. No entanto, o alto endividamento continua pressionando o fluxo de caixa, com bloqueios judiciais e custos financeiros.
A diretoria do Corinthians destacou medidas para equilibrar as contas, como a aprovação de um plano coletivo na Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD), que evita sanções esportivas, e negociações de dívidas com a Fifa. O balanço foi apresentado ao Conselho de Orientação (Cori) e ainda será avaliado pelo Conselho Deliberativo. Caso não seja aprovado, o atual presidente poderá enfrentar um novo processo de impeachment, além do que já está em andamento.