O contrabando de canetas para emagrecer, como o medicamento Mounjaro, tem aumentado significativamente nos aeroportos internacionais do Brasil. Criminosos utilizam métodos criativos para burlar a fiscalização, escondendo os produtos em objetos cotidianos, como material escolar ou potes de cosméticos, e até mesmo transportando-os presos ao corpo. Segundo autoridades, o valor dessas canetas no mercado ilegal pode chegar a quatro vezes o preço praticado na Europa, onde são vendidas por cerca de R$ 1.200.
Apesar de o medicamento ser permitido para importação por pessoas físicas com receita médica, seu uso sem orientação profissional pode causar efeitos adversos graves. Médicos alertam que o produto, de tarja vermelha, é indicado para pacientes com obesidade ou diabetes e deve ser usado sob acompanhamento especializado. Além disso, o transporte inadequado, como escondê-lo no corpo, pode comprometer a eficácia do remédio devido às variações de temperatura.
Em 2023, foram registradas 292 apreensões dessas canetas, número que já foi superado nos dois primeiros meses de 2024, com 470 casos. Diante do crescimento do problema, a Receita Federal intensificou ações de inteligência para rastrear a origem dos voos e o perfil dos passageiros envolvidos. A expectativa é que a comercialização legal do medicamento no Brasil, prevista para começar em junho, ajude a reduzir a demanda pelo produto no mercado ilegal.