O Tribunal Constitucional da Coreia do Sul decidiu, por unanimidade, validar o impeachment do presidente Yoon Suk Yeol, acusado de declarar lei marcial em dezembro e mobilizar tropas para intervir na Assembleia Nacional. A medida, que durou poucas horas, mergulhou o país em uma crise política e econômica, levando à suspensão do presidente e, agora, à sua destituição definitiva. O tribunal considerou que suas ações violaram a Constituição e os princípios democráticos, caracterizando uma “traição à confiança do povo”.
O ex-presidente enfrenta ainda um processo penal por insurreição, crime que pode resultar em pena perpétua ou até morte. A decisão judicial foi recebida com celebração por opositores, que acusam Yoon de ameaçar a democracia, enquanto apoiadores reagiram com protestos e críticas. O partido do presidente afirmou respeitar a decisão e pediu desculpas à população, em um raro momento de autocontenção política.
Analistas destacam que o caso testou a resistência da democracia sul-coreana, que sobreviveu a mais uma grave crise institucional. A medida de lei marcial, incomum nas últimas décadas, reacendeu memórias da ditadura militar no país, encerrada nos anos 1980. Agora, a Coreia do Sul terá 60 dias para convocar novas eleições presidenciais, marcando um novo capítulo em sua trajetória política.