Nos últimos anos, as casas de apostas se tornaram as principais patrocinadoras do futebol brasileiro, marcando presença em todos os clubes da Série A e até em competições como a Libertadores. No entanto, um novo movimento vem ganhando força: a entrada consistente de empresas de consórcio no universo esportivo. Impulsionadas pelo cenário econômico, com juros tradicionais em alta, essas empresas encontraram no futebol uma plataforma estratégica para se aproximar do público, oferecendo produtos personalizados e ações de engajamento. Dados da Abac revelam um recorde histórico no setor, com vendas de cotas superando R$ 378 bilhões em 2023.
Marcas como Multimarcas Consórcios, Ademicon e Kasinski Consórcio têm investido em parcerias com clubes de grande apelo popular, como Atlético-MG, São Paulo e Corinthians. Essas alianças vão além da exposição de marca, gerando resultados concretos, como aumento nas vendas de créditos e maior interação nas redes sociais. Por exemplo, a Multimarcas registrou R$ 573 milhões em créditos comercializados após ativações com o Galo, além de um crescimento significativo no engajamento digital. Outras empresas, como Embracon e Sicoob, optaram por estratégias institucionais, patrocinando federações e campeonatos estaduais.
Especialistas destacam que o desafio para as marcas de consórcio é criar narrativas autênticas que se destaquem frente ao domínio das bets. Ivan Martinho, professor de marketing esportivo, ressalta a importância de transformar presença em conexão real com o torcedor. Já Renê Salviano, CEO da Heatmap, enfatiza a necessidade de estratégias integradas que apresentem o consórcio como ferramenta de planejamento financeiro. Embora as bets ainda liderem os patrocínios, as empresas de consórcio demonstram que é possível construir cases de sucesso com planejamento e criatividade.