O Plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu afastar por 60 dias um desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro devido a publicações de cunho político-partidário em redes sociais. As postagens, que questionavam a credibilidade do sistema judicial e eleitoral, foram consideradas pelo órgão como promotoras de desconfiança social. Entre os conteúdos compartilhados, estavam mensagens associando o presidente da República a uma facção criminosa e críticas ao sistema eleitoral, além de manifestações alinhadas a um ex-presidente. O caso já havia sido alvo de medidas anteriores, como a suspensão das redes sociais do magistrado em 2023.
A Corregedoria Nacional identificou múltiplas violações, incluindo a divulgação de informações que poderiam influenciar a percepção pública sobre processos políticos. Em uma nota publicada como presidente de uma associação de desembargadores, o magistrado usou termos que, segundo o CNJ, sugeriam apoio a um candidato específico. A defesa argumentou que as interações nas redes sociais ocorreram após o período eleitoral e que não havia manifestações pessoais diretas, apenas curtidas em postagens institucionais.
O relator do caso propôs um afastamento de 90 dias, mas a maioria do Plenário optou por uma penalidade de 60 dias. O desembargador também foi investigado por suposta parcialidade em processos e omissão de suspeição em casos envolvendo parentes, mas não houve provas suficientes para essas acusações. O julgamento ocorreu em 8 de abril, reforçando a discussão sobre a conduta esperada de membros do Judiciário em redes sociais.