O Conselho Deliberativo do Corinthians reprovou as contas referentes a 2024, primeiro ano da atual gestão, com 130 votos a favor da reprovação e 73 contra. A decisão, baseada no estatuto do clube, pode levar a um pedido de impeachment. Durante a reunião, o Conselho de Orientação (CORI) apresentou um parecer destacando aumento do passivo em R$ 829 milhões, acima dos R$ 600 milhões divulgados pela diretoria, além de apontar falta de transparência em contratos, como o do jogador Memphis Depay, e irregularidades em gastos com cartões de crédito e notas fiscais não apresentadas.
O documento do CORI também criticou a ausência de balancetes mensais, a contratação tardia de auditoria e a falta de clareza nos critérios de prestação de serviços. Além disso, questionou a utilização de R$ 150 milhões captados junto à corretora XP como garantia do contrato da Liga Forte União (LFU) e a não divulgação dos detalhes do acordo com a Nike. Na sexta-feira anterior, o Conselho Fiscal já havia reprovado as contas por unanimidade, e o diretor financeiro pediu demissão, citando motivos de saúde.
A reprovação das contas é um dos motivos previstos no estatuto do clube para impeachment, podendo resultar em inelegibilidade por dez anos para o gestor, conforme a Lei Geral do Esporte. Em 2021, situação semelhante ocorreu com a reprovação das contas de 2019, mas sem consequências práticas devido à mudança de gestão. Agora, a decisão reacende o debate sobre responsabilização e transparência na administração do clube.