Os compradores asiáticos estão diminuindo as importações de produtos agrícolas dos Estados Unidos devido às incertezas geradas pelas tarifas impostas por Washington e aos custos logísticos elevados. A China, maior importadora desses produtos, retaliou com tarifas sobre mercadorias americanas, enquanto outros países, como Japão, Coreia do Sul e Tailândia, também reduziram compras de trigo, milho e farelo de soja. A escassez de navios disponíveis, causada por taxas portuárias sobre embarcações ligadas à China, aumentou os fretes e tornou os produtos dos EUA menos competitivos.
Os traders destacam que a demanda por grãos americanos caiu significativamente, com muitos importadores evitando assumir riscos diante da volatilidade do mercado. Compradores tradicionais, como Japão e Coreia do Sul, devem manter parte das importações de trigo, mas podem buscar alternativas na América do Sul e no Mar Negro para milho e soja. Enquanto isso, importadores do Sudeste Asiático ainda não fecharam cerca de metade de suas necessidades para maio, deixando-os expostos a possíveis interrupções no abastecimento.
O impacto das medidas comerciais já é sentido no setor, com exportadores americanos enfrentando dificuldades para fechar contratos de transporte devido às taxas iminentes. A combinação de guerra comercial e logística disruptiva pressiona os preços dos futuros de soja e trigo em Chicago, que operam em mínimas históricas. A situação tende a se agravar caso não haja avanços nas negociações ou alívio nas tarifas, reforçando a preferência dos asiáticos por fornecedores alternativos.