O BRB, banco controlado pelo Governo do Distrito Federal, anunciou a aquisição de 49% do capital votante e 58% do total do Banco Master, em uma operação aprovada pelo seu Conselho de Administração e que ainda depende de aval do Cade e do Banco Central. Segundo Paulo Henrique Costa, presidente do BRB, a transação resultará em um grupo financeiro mais competitivo, capaz de oferecer serviços vantajosos em todo o país. O BRB, que já cresceu de 650 mil para 8 milhões de clientes em seis anos, busca expandir suas operações, especialmente em crédito consignado e câmbio, enquanto o Master soma 10 milhões de clientes.
A compra posicionaria o BRB como o 16º maior banco do Brasil, com patrimônio de R$ 110 bilhões, embora parte dos ativos do Master, como precatórios, não faça parte do negócio. Analistas ponderam que o Banco Central pode condicionar a aprovação à venda da fatia remanescente a outro banco. O controlador do Master, Daniel Vorcaro, permanecerá como presidente do conselho e receberá R$ 2 bilhões pelo acordo, parte à vista e parte em até seis anos, como garantia contra passivos não previstos.
Costa rebate críticas de que a operação represente um socorro com dinheiro público, afirmando que o BRB usará recursos próprios e que a aquisição agregará valor ao conglomerado. O mercado, no entanto, acompanha com cautela o movimento, considerado o maior entre bancos em 15 anos. O BRB já havia avaliado outras aquisições recentes, como a do Banese, abortada pelo governo de Sergipe em 2023. A transação reflete a estratégia do banco de se consolidar nacionalmente, ampliando sua participação em segmentos-chave.