Nos primeiros 100 dias após assumir a presidência, ações rápidas e decisivas foram tomadas para direcionar o poder do governo contra indivíduos e instituições consideradas adversárias. Decretos presidenciais foram utilizados para revogar autorizações de segurança, ordenar investigações e restringir acessos, com foco especial em ex-funcionários públicos, membros da oposição e críticos. Essas medidas, embora justificadas como parte de um combate a supostos abusos, chamaram a atenção pela abrangência e velocidade, surpreendendo até mesmo observadores familiarizados com o estilo assertivo do governo.
O Departamento de Justiça e outras agências federais foram alvos de reestruturações, com demissões e rebaixamentos de funcionários vinculados a investigações anteriores. Simultaneamente, disputas com governadores estaduais levaram a cortes de verbas federais e ações judiciais, ampliando o conflito entre o governo central e lideranças locais. Essas ações foram defendidas como necessárias para “eliminar desperdícios e abusos”, mas historiadores e analistas destacaram o uso incomum do aparato estatal para fins de retaliação política.
O período também foi marcado por uma sobreposição entre agendas ideológicas e disputas pessoais, com recursos federais sendo mobilizados em resposta a confrontos verbais ou divergências públicas. Embora o governo afirme estar cumprindo promessas de campanha e agindo dentro da legalidade, a intensidade e o alcance das medidas levantaram debates sobre os limites do poder presidencial. O clima de tensão sugere que os primeiros 100 dias foram apenas o início de uma estratégia mais ampla, cujos desdobramentos continuarão a moldar o cenário político.