A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados rejeitou, por 44 votos a 22, o recurso apresentado por um parlamentar contra o processo de cassação de seu mandato, aprovado pelo Conselho de Ética. Com a decisão, o caso será enviado ao plenário da Casa, que terá até 60 dias para votar a questão, conforme acordo com a presidência da Câmara. O relator na CCJ argumentou que a análise da comissão se limitava a aspectos procedimentais, não ao mérito do caso.
O parlamentar envolvido afirmou que percorrerá os 26 estados do país nos próximos dois meses para apresentar sua defesa diretamente aos colegas e à sociedade. Ele destacou que está disposto a dialogar com quem quiser ouvi-lo, buscando reverter a situação. Se a cassação for confirmada pelo plenário, o mandato será perdido, e haverá inelegibilidade por oito anos.
O caso teve origem em um incidente em 2024, quando o deputado foi acusado de agredir um ativista nas dependências do Congresso. A defesa alegou legítima defesa e invocou imunidade parlamentar, mas o Conselho de Ética recomendou a perda do mandato. Em protesto, o parlamentar chegou a fazer greve de fome, encerrada após negociação com a presidência da Câmara. Analistas apontam que a correlação de forças no plenário é desfavorável à manutenção do mandato.