Clínicas de diálise conveniadas ao SUS estão sem receber repasses de 12 prefeituras e estados desde dezembro de 2023, segundo a Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT). O valor devido chega a R$ 38 milhões, afetando o atendimento de mais de 10 mil pacientes com doença renal crônica. Dois estados — Maranhão e Pernambuco — e dez cidades, incluindo Goiânia, Rio de Janeiro e Guarulhos, estão na lista de devedores. Enquanto algumas administrações alegam quitar pagamentos recentes, outras atribuem os atrasos a gestões anteriores ou a problemas no repasse de verbas estaduais.
A situação coloca as clínicas em dificuldade financeira, já que os pacientes não podem deixar de ser atendidos devido à dependência do tratamento para sobreviver. De acordo com a ABCDT, as unidades de saúde acabam acumulando dívidas com fornecedores e funcionários. O Ministério da Saúde repassou os valores de fevereiro em março, mas algumas clínicas ainda aguardam o pagamento referente a janeiro. Em Pernambuco, por exemplo, parte dos repasses de janeiro e todo o valor de fevereiro estão pendentes.
Enquanto algumas prefeituras, como a do Rio de Janeiro, afirmam que apenas o repasse de dezembro de 2023 está em atraso, outras, como Ananindeua e Umuarama, negam qualquer pendência. O governo do Maranhão também diz estar em dia com os pagamentos. A falta de resposta de outras cidades e do estado de Pernambuco aumenta a incerteza sobre a regularização dos repasses. Especialistas alertam que a demora pode sobrecarregar hospitais, com pacientes buscando atendimento em emergências devido à falta de recursos nas clínicas especializadas.
