A produção e o consumo global de vinhos atingiram os patamares mais baixos em décadas em 2024, impulsionados por mudanças climáticas, inflação e transformações nos hábitos dos consumidores. Segundo a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), a produção mundial caiu 5% em relação a 2023, totalizando 226 milhões de hectolitros – o menor volume em 60 anos. Eventos climáticos extremos em ambos os hemisférios foram apontados como a principal causa da queda.
O consumo também registrou declínio de 3,3%, chegando a 214 milhões de hectolitros, o menor nível desde 1961. Fatores econômicos, geopolíticos e mudanças comportamentais, especialmente em mercados consolidados, influenciaram a retração. Apesar disso, a OIV destacou que o vinho nunca foi consumido em tantos países – 195 no total –, com potencial de crescimento em nações populosas.
O equilíbrio entre oferta e demanda foi mantido, mas os estoques regionais permanecem desiguais. O comércio internacional se manteve estável em volume, mas o valor das exportações caiu 0,3%, para 36 bilhões de euros, com preços ainda 30% acima dos níveis pré-pandemia. A OIV enfatizou a necessidade de adaptação, incluindo soluções climáticas, investimentos em pesquisa e reforço ao multilateralismo para garantir o futuro do setor.