O Citi rebaixou a recomendação das ações do Magazine Luiza (MGLU3) de “neutra” para “venda/alto risco”, mesmo após um salto de 55% no acumulado do ano. O banco ajustou o preço-alvo de R$ 8 para R$ 7,70, e as ações caíram 12,03% nesta terça-feira (8), refletindo a aversão a riscos no mercado externo. Analistas destacam que a recuperação da ação em 2024 foi impulsionada por uma redução na taxa de desconto e expectativas de melhora macroeconômica, mas consideram prematuro antecipar um ciclo de demanda positivo.
Os analistas expressaram cautela com o cenário macro brasileiro, que deve enfrentar juros elevados até 2025/2026, além da intensa concorrência com players como Mercado Livre, que cresce cerca de 30% no país. Apesar de reconhecerem que a empresa tem preservado sua rentabilidade, avaliam que o valuation atual já precifica fatores como expansão de margem e desalavancagem, o que pode não se materializar. O Citi também revisou para baixo as estimativas de volume bruto de mercadorias (GMV), mantendo, porém, as projeções para vendas de lojas comparáveis em 2025.
O banco classificou a ação como de alto risco devido à volatilidade histórica e ao potencial de short-squeeze, movimento que pode pressionar os preços para cima no curto prazo. O relatório ressalta que, embora haja otimismo em relação a uma eventual inflexão macroeconômica, os desafios competitivos e a política monetária restritiva ainda pesam sobre as perspectivas do varejista. A queda acentuada das ações nesta terça reflete a reação do mercado ao ajuste nas expectativas.