A ciência acaba de reconhecer oficialmente o diabetes tipo 5, uma forma grave da doença associada à desnutrição proteico-calórica e à pobreza. Diferente dos tipos 1 e 2, essa variante afeta principalmente adolescentes e jovens em países de baixa e média renda, com estimativas de que até 25 milhões de pessoas convivam com a condição — muitas sem diagnóstico. O anúncio, feito pela Federação Internacional de Diabetes (IDF), marca um avanço histórico, mas também expõe as desigualdades globais em saúde e acesso à alimentação.
Estudos indicam que o diabetes tipo 5 surge ainda na vida intrauterina, quando a desnutrição prejudica o desenvolvimento do pâncreas, comprometendo a produção de insulina. Por décadas, pacientes foram diagnosticados erroneamente, já que os tratamentos convencionais não funcionavam. Pesquisas recentes, no entanto, confirmaram que a doença tem um mecanismo único, distinto dos outros tipos, exigindo abordagens específicas.
A condição é grave e debilitante, com alta mortalidade — parte dos pacientes morre em menos de um ano. O reconhecimento pela IDF é um passo crucial para desenvolver tratamentos eficazes e direcionar políticas públicas. Além disso, o diabetes tipo 5 coloca em evidência um problema global muitas vezes invisível: a fome e a falta de acesso a cuidados básicos em regiões vulneráveis.