Localizada nos Andes peruanos, a 5.100 metros acima do nível do mar, La Rinconada é a cidade habitada mais alta do mundo. Surgiu no século XX com a descoberta de ouro, atraindo milhares de pessoas em busca de oportunidades. No entanto, o crescimento desordenado e a falta de infraestrutura básica, como água potável e saneamento, resultaram em condições de vida precárias para seus 30 mil a 50 mil habitantes. O clima extremo, com apenas metade do oxigênio disponível em regiões mais baixas, exige um longo período de adaptação para os recém-chegados.
A cidade é marcada pela pobreza e pela mineração artesanal, que movimenta a economia local, mas também causa danos ambientais, como a contaminação do solo e da água por metais pesados. Os mineiros trabalham em condições perigosas, com baixos salários e alto risco de acidentes. As residências, muitas vezes improvisadas com materiais simples, carecem de aquecimento e serviços básicos, obrigando os moradores a utilizar chuveiros públicos e a enfrentar temperaturas que podem chegar a negativas.
Apesar das dificuldades, La Rinconada atrai turistas aventureiros interessados em conhecer sua realidade única e pontos como a mina local, o Lago Suches e a Laguna Ananea. A criminalidade, no entanto, é um problema grave, com pouca presença policial e casos frequentes de violência. A cidade permanece como um exemplo extremo dos desafios enfrentados por comunidades que dependem de recursos naturais em condições adversas.