O Dia de São Jorge, feriado no Rio de Janeiro, também celebra o Dia Nacional do Choro, instituído em 2000 para homenagear o gênero musical brasileiro e o nascimento de Pixinguinha, ícone do estilo. A data, inicialmente escolhida por acreditar-se ser o aniversário do músico, foi mantida mesmo após a descoberta de que ele nasceu em 4 de maio. O choro, com mais de 150 anos, permanece vivo graças à paixão de gerações e à tradição das rodas de música, que preservam repertórios antigos enquanto incorporam novas composições.
Henrique Cazes, músico e estudioso do choro, destaca a importância das rodas para a perpetuação do gênero, mesmo em períodos de pouca visibilidade comercial. Ele explica que o choro surgiu no Rio do século XIX, fruto da mistura entre influências europeias e africanas, e se mantém como uma expressão cultural única. Apesar das transformações urbanas e do fechamento das rodas em certos períodos, o estilo resiste, atraindo jovens músicos e mantendo viva sua tradição.
A entrevista também aborda as diferenças entre o choro e o samba, destacando que o primeiro é mais centrado na técnica e no som, enquanto o segundo envolve o corpo e a sensualidade. Cazes ainda lamenta a recente perda de Cristina Buarque, figura importante na revitalização de repertórios esquecidos do samba. O texto reforça a riqueza do choro como patrimônio cultural e sua capacidade de se reinventar, mantendo-se relevante ao longo dos séculos.