A escassez global de cacau em 2025 elevou os preços da matéria-prima a patamares históricos, com a tonelada ultrapassando US$ 13 mil em dezembro de 2024, um aumento de 300% no ano. No Brasil, o impacto foi sentido diretamente nos preços dos ovos de Páscoa, que subiram 9,5% em média, enquanto a produção nacional de chocolates caiu 22%. A crise, no entanto, não impediu o lançamento de edições luxuosas e limitadas por marcas premium e confeitarias renomadas, que apostaram em ingredientes exclusivos e designs elaborados para atrair consumidores dispostos a pagar valores elevados.
Entre as opções mais caras destacadas pela Forbes, estão ovos que chegam a custar até R$ 9.800, como o “Ovo Gigante All Sugar Embroidered”, da confeiteira Isabella Suplicy, uma escultura comestível decorada com rendas de açúcar. Outras criações, como o “Ovo Dubai” da Flakes (R$ 4.300) e o “Fabergé Richesse” de Denilson Sucrier (R$ 3.300), combinam sabores premium como pistache e praliné com estética sofisticada, inspirada em joias e tradições internacionais. Até marcas como Louis Vuitton entraram na tendência, com um ovo de chocolate que replica sua icônica Egg Bag por R$ 1.220.
O cenário reflete uma divisão clara no mercado: enquanto o consumidor médio enfrenta preços mais altos, o segmento de luxo segue inovando com peças que misturam gastronomia e arte. Confeiteiros e grifes exploram a Páscoa como oportunidade para criar itens colecionáveis, muitas vezes com embalagens e apresentações que rivalizam com obras de design. Apesar da crise do cacau, a demanda por experiências exclusivas mantém vivo o apelo dos ovos premium, mesmo em um ano de desafios para a indústria chocolatera.