Desde 2019, a China tem intensificado esforços para reduzir sua dependência de produtos agrícolas norte-americanos, reforçando sua segurança alimentar diante das tensões comerciais com os EUA. Medidas como a diversificação de fornecedores (como Brasil e Rússia), o avanço no cultivo de transgênicos e a promoção de rações alternativas à base de soja destacam-se nessa estratégia. Apesar do acordo comercial de Fase 1 em 2020, as compras chinesas ficaram abaixo do esperado, e a imposição de tarifas recíprocas em 2024 marcou uma escalada no conflito, com Pequim elevando taxas sobre produtos como soja, milho e carne.
A China também investiu em políticas domésticas, como leis antidesperdício, incentivos à produção recorde de grãos e planos para agricultura de precisão. Em 2024, as importações agrícolas dos EUA caíram 14%, enquanto o país ampliava parcerias com outros exportadores. A aprovação de cultivos geneticamente editados e a meta de aumentar a produção em 50 milhões de toneladas até 2030 refletem a priorização da autossuficiência.
Com a reeleição de Donald Trump em 2024, as relações comerciais entraram em novo patamar de confronto. A China respondeu com tarifas de até 84% sobre produtos dos EUA, acelerando a ruptura no comércio agrícola bilateral. O movimento consolida uma estratégia de longo prazo, que combina inovação tecnológica, diversificação de mercados e redução da exposição a retaliações, posicionando a China em um caminho mais independente no abastecimento de alimentos.