A China reafirmou sua determinação em combater as tarifas impostas pelos Estados Unidos em um documento político divulgado nesta quarta-feira. O Ministério do Comércio chinês destacou que o país tem “vontade firme e meios abundantes” para adotar contramedidas necessárias caso as restrições comerciais norte-americanas se intensifiquem. A declaração também argumenta que o comércio bilateral está equilibrado quando considerados serviços e operações de empresas norte-americanas na China, contrariando a justificativa dos EUA para as tarifas, que se baseiam apenas no déficit de bens físicos.
O governo chinês não confirmou se buscará negociações com a Casa Branca, mesmo após outros países terem iniciado diálogos. Em resposta às tarifas de 104% sobre exportações chinesas para os EUA, a China já impôs taxas de 34% sobre produtos norte-americanos e controles na exportação de minerais de terras raras. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores afirmou que Pequim está aberta ao diálogo, mas apenas sob condições de “igualdade, respeito e benefício mútuo”.
O documento ainda critica os EUA por não cumprirem acordos comerciais anteriores, citando como exemplo a lei que ameaça banir o TikTok sem a venda de sua matriz chinesa — medida considerada uma violação de promessas sobre transferência de tecnologia. A China alertou que as tarifas norte-americanas podem desestabilizar mercados financeiros, aumentar a inflação nos EUA e elevar o risco de recessão, prejudicando a economia global. Pesquisadores apontam que a escalada tensiona ainda mais as relações bilaterais.