A China anunciou que permitirá que cientistas de universidades dos EUA e de outros países aliados analisem amostras de rochas lunares coletadas em suas missões espaciais. Entre as instituições autorizadas estão a Brown University e a State University of New York em Stony Brook, ambas financiadas pela Nasa, além de centros de pesquisa no Japão, França, Alemanha, Reino Unido e Paquistão. O gesto destaca uma rara cooperação entre EUA e China no setor espacial, apesar das tensões geopolíticas e das restrições impostas por uma lei norte-americana de 2011 que limita a transferência de tecnologia para o programa espacial chinês.
A missão Chang’e-5, em 2020, tornou a China o terceiro país a coletar amostras lunares, após EUA e União Soviética. Já a Chang’e-6, concluída em 2023, foi a primeira a trazer material do lado oculto da Lua. Pequim busca ampliar sua influência internacional no setor espacial, oferecendo colaboração científica como forma de estreitar laços políticos. Enquanto isso, a Nasa ainda precisa obter aprovação do FBI para garantir que o empréstimo das amostras não represente riscos à segurança nacional dos EUA.
O chefe do programa lunar chinês, Wu Weiren, destacou que a abertura da China contrasta com o crescente isolacionismo dos EUA, atribuindo a mudança à maior confiança do país em suas capacidades tecnológicas. Futuras missões, como a Chang’e-7 e 8, devem incluir mais parcerias internacionais e ajudar a definir os planos para uma base lunar permanente até 2035. O movimento reforça a estratégia chinesa de usar conquistas espaciais como ferramenta de diplomacia científica.