A China intensificou suas medidas retaliatórias contra os Estados Unidos nesta sexta-feira (4), respondendo às tarifas impostas pelo governo americano. O país anunciou uma taxa de importação de 34% sobre produtos dos EUA, além de incluir 11 empresas americanas em uma lista que restringe relações comerciais com companhias chinesas. Pequim também limitou a venda de minerais raros essenciais para a indústria de tecnologia dos EUA e planeja denunciar as tarifas americanas à Organização Mundial do Comércio, entidade que está paralisada desde o primeiro mandato do governo anterior.
A guerra comercial pode ter um impacto significativo na economia chinesa, com estimativas de uma queda de até 2,4% no PIB do país apenas neste ano. Diante do fechamento dos portos americanos, a China busca redirecionar sua produção para outros mercados, como Europa, Ásia, América Latina e África, regiões onde já mantém forte presença econômica. No entanto, a resistência europeia, devido ao apoio chinês à Rússia no conflito com a Ucrânia, pode dificultar essa estratégia.
Enquanto isso, as tensões continuam a crescer, com autoridades americanas criticando as medidas chinesas como “equivocadas” e fruto de “pânico”. A disputa comercial, que envolve dois dos maiores parceiros comerciais do mundo—com um fluxo de US$ 420 bilhões em exportações chinesas para os EUA no ano passado—ameaça reconfigurar as relações econômicas globais, com efeitos ainda incertos para outros países, incluindo o Brasil.