O presidente do Chile, Gabriel Boric, criticou o isolacionismo econômico e defendeu o livre comércio como ferramenta de intercâmbio entre nações, durante palestra na Universidade de Brasília. Ele alertou para os riscos de potências mundiais rejeitarem acordos internacionais e criarem barreiras comerciais, destacando que a extrema-direita promove uma falsa dicotomia entre mercado livre e democracia. Boric também expressou preocupação com o futuro das novas gerações, mas afirmou que é possível reverter esse cenário com cooperação multilateral.
Em seu discurso, Boric questionou a postura conservadora de parte da esquerda global, defendendo um retorno aos valores universalistas e ao diálogo com quem pensa diferente. Ele enfatizou que o progressismo deve buscar maior representatividade e não ignorar as demandas populares. Além disso, o presidente chileno reforçou a importância de integrar a América do Sul, citando projetos como a Rota Bioceânica de Capricórnio, que visa fortalecer a conexão regional e reduzir custos logísticos até 2026.
Apesar das críticas ao protecionismo, Boric reconheceu os desafios impostos por medidas como as tarifas de importação dos EUA, que afetam o Chile e outros parceiros comerciais. Ele reiterou que a soberania dos países sul-americanos depende não apenas de relações comerciais, mas também de iniciativas que unam culturas e classes sociais. O discurso destacou a necessidade de equilibrar justiça social, democracia e integração regional em um mundo polarizado.